Relação com a escrita

         É que as vezes só preciso de um caderninho, só um bloquinho de notas, um papel toalha, qualquer coisa que seja capaz de tirar de mim as palavras que nunca são ditas por medo, por ... , porque nós simplesmente não dizemos. Porque é fraqueza demais e não conseguimos expressar. A imensidão que vem com tudo, como uma onda está pronta para o tsunami, vem para rasgar meu peito, vem destruir tudo aquilo que eu já tinha plena certeza.
         As madrugadas silenciosas são cruéis, elas te fazem questionar tudo. Acho que eu estou ficando boa nisso, em despejar tudo aqui meu amigo, em derramar toda angústia do meu coração em mais versos, prosas, papéis e canetas e sair quando estiver bem. É que no fundo eu somente sei usar da escrita quando eu quero tirar aquilo que não cabe mais em mim. É assim, da forma, da mesma forma que tratamos as nossas relações.
         Sim bloquinho, caderno, papel diverso, eu só te uso como válvula de escape mesmo. Quando não preciso te deixo aqui, aguardando pela minha próxima história, estória (vai se saber), amor, afago, angústia, solidão, as misérias e as riquezas do meu coração. Elas me fazem compor até uma canção.
         Esse é o retrato da nossa relação. "Nada ambígua", somente mais um soneto, escrita, rima, estrofe, frase que transcende para o papel, porque eu te uso e você está sempre aqui para me servir. Porque talvez tenha que ser assim. Sim eu estou ficando boa nisso e você sabe disso, sabe que eu sempre irei voltar e você do mesmo modo sempre estará aqui.

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